Microcirurgia e CLaCs: o que são e para quem servem
Quando o assunto é acabar com vasinhos e veias salientes de forma segura e com boa estética, duas técnicas se destacam: microcirurgia de varizes com escleroterapia e CLaCs (Crio Laser + Crio Escleroterapia). Ambas são indicadas, principalmente, para quadros iniciais e moderados (telangiectasias e veias reticulares, até varizes de grau 1 e 2), entregando resultados satisfatórios quando bem indicadas. A diferença está no caminho: a microcirurgia remove as veias por pequenas incisões, enquanto o CLaCs fecha os vasos com energia laser e injeções esclerosantes em sessões seriadas.
Antes de escolher, é essencial entender a anatomia do seu caso (existem veias nutridoras? Há refluxo em veias tronculares?) e alinhar expectativas com seu estilo de vida. Um mapeamento completo, de preferência com ecodoppler, orienta o melhor plano e evita recidivas. Tanto a microcirurgia quanto o CLaCs podem ser a peça-chave do seu tratamento varizes — desde que corretamente aplicadas por um cirurgião vascular experiente.
Microcirurgia de varizes: como funciona
A microcirurgia é um procedimento minimamente invasivo, realizado em centro cirúrgico, geralmente com sedação e anestesia local. O cirurgião faz microincisões milimétricas para retirar, com pinças específicas, as veias doentes visíveis ou nutridoras de vasinhos. Durante o ato, é comum complementar com escleroterapia para tratar veias residuais ou muito finas que não podem ser retiradas.
Na prática, o grande diferencial da microcirurgia é a “remoção imediata” das veias mais calibrosas, com resolução em um único evento. Em geral, o paciente usa meias de compressão no pós-operatório e precisa de cuidados nos primeiros dias para acelerar a recuperação e minimizar manchas e hematomas.
CLaCs (Crio Laser e Crio Escleroterapia): como funciona
O CLaCs combina um laser (geralmente Nd:YAG 1064 nm), ar resfriado para conforto e injeções de substância esclerosante em concentrações específicas. O laser lesa a parede do vaso; a crioterapia reduz dor; e a escleroterapia potencializa o fechamento definitivo do vaso tratado. A técnica costuma utilizar dispositivos de realidade aumentada (como transiluminação) para mapear veias nutridoras, aumentando a precisão.
É feito em sessões ambulatoriais, sem necessidade de anestesia local na maioria dos casos. O número de sessões varia com a extensão e o calibre dos vasos, em intervalos típicos de três semanas. A grande vantagem é a recuperação muito rápida: o paciente, em geral, retorna às atividades no mesmo dia, com mínimas restrições.
Tratamento varizes na prática: quando escolher cada técnica
Perfil do paciente e estilo de vida
A escolha entre microcirurgia e CLaCs costuma depender do que é mais importante para você: resolver tudo de uma vez, aceitando uma breve recuperação, ou fracionar o processo em sessões com retorno imediato ao trabalho.
Considere:
- Tempo disponível: quem não pode se afastar pode preferir CLaCs, que permite rotina quase normal no mesmo dia.
- Tolerância a procedimentos: microcirurgia ocorre sob sedação e anestesia local; CLaCs dispensa anestesia e é bem tolerado com ar gelado.
- Preferência por “resultado imediato”: se há veias mais calibrosas visíveis, a microcirurgia as remove na hora; no CLaCs, o vaso é fechado e reabsorvido pelo corpo ao longo de semanas.
- Planejamento de eventos: se você tem uma data importante, alinhe o cronograma. Microcirurgia pode exigir alguns dias de repouso; CLaCs, vários encontros até alcançar o resultado final.
Tipos e calibres de veias
Quanto maior o calibre do vaso, maior a chance de a microcirurgia ser vantajosa, especialmente em veias azuladas e nutridoras de vasinhos. Já vasinhos (telangiectasias) e veias reticulares respondem muito bem ao CLaCs, que foi desenhado para precisão em microvasos, com ganho estético progressivo sessão a sessão.
Importante: se existir refluxo em veias tronculares (como safenas), o tratamento varizes pode exigir técnicas de ablação endovenosa (laser endovenoso, radiofrequência) antes ou em conjunto, pois só tratar a “ponta do iceberg” aumenta a chance de recidiva. O ecodoppler decide a prioridade.
Comparativo lado a lado: eficácia, dor, recuperação e estética
Resultados e número de sessões
Ambas as técnicas têm alta taxa de satisfação quando bem indicadas. A diferença é o formato do caminho até o resultado:
- Microcirurgia: um procedimento concentrado, com retirada das veias-alvo no mesmo dia. Pode haver sessões de refinamento com escleroterapia semanas depois.
- CLaCs: série de sessões (frequentemente de 2 a 6) a cada 3 a 4 semanas, com evolução gradual e cumulativa dos resultados.
Em termos de durabilidade, o que mantém o resultado não é apenas a técnica, mas a correção das causas (nutridoras, refluxos) e a prevenção. Sem esse cuidado, qualquer método terá maior chance de novos vasos aparecerem ao longo do tempo.
Dor, anestesia e conforto
Na microcirurgia, a sedação e a anestesia local tornam o intraoperatório confortável. O desconforto aparece mais no pós, com hematomas e sensibilidade locais nos primeiros dias. No CLaCs, a maioria dos pacientes tolera bem a sessão com o uso do ar frio; a picada da escleroterapia é pequena e rápida. Sensações de ardência leve ou áreas sensíveis podem ocorrer por curto período.
Para quem tem baixa tolerância a agulhas ou quer evitar anestesia, o CLaCs leva vantagem. Para quem prefere “entrar, resolver e sair”, a microcirurgia com sedação tende a ser mais atrativa.
Cicatrizes, manchas e aparência da pele
- Microcirurgia: incisões milimétricas deixam marcas discretas que costumam desaparecer com o tempo. Hematomas iniciais são comuns e regridem em semanas.
- CLaCs: como o fechamento é interno, não há cortes. Pode haver hiperpigmentação temporária ao longo do trajeto dos vasos e pequenas áreas induradas, que se resolvem progressivamente.
Em ambos os casos, proteção solar rigorosa acelera a uniformização da pele e reduz a chance de manchas persistentes, especialmente em fototipos mais altos e durante meses de maior insolação.
Passo a passo do cuidado pré e pós-procedimento
Preparação para microcirurgia e CLaCs
Planeje sua jornada com antecedência. Um preparo adequado potencializa resultados e minimiza intercorrências.
- Consulta e exames: realize anamnese completa e ecodoppler, quando indicado, para mapear refluxos e veias nutridoras. Isso personaliza o tratamento varizes e evita retrabalho.
- Medicações: informe sobre anticoagulantes, antiagregantes e fitoterápicos. O cirurgião orientará ajustes temporários quando necessário.
- Rotina: organize sua agenda. Para microcirurgia, reserve alguns dias de pós-operatório mais tranquilo. Para CLaCs, programe as sessões a cada três semanas.
- Cuidados com a pele: hidrate bem, evite bronzeamento prévio e não aplique cremes oleosos no dia do procedimento.
- Meias de compressão: confirme o nível de compressão e por quanto tempo usá-las. Em microcirurgia, a compressão é quase sempre recomendada; em CLaCs, pode ser opcional conforme o protocolo do seu médico.
Recuperação segura e retorno às atividades
Recupere-se com calma e estratégia. Alguns cuidados fazem grande diferença no conforto e na qualidade do resultado.
- Movimentação: caminhadas leves já nas primeiras 24 horas ajudam a circulação e reduzem risco de trombose.
- Dor e hematomas: gelo por curtos períodos nas primeiras 48 horas, elevação de pernas, analgésicos orientados pelo médico.
- Sol e calor: evite exposição solar direta e fontes de calor (banhos muito quentes, sauna) por algumas semanas para reduzir manchas.
- Exercícios: retome progressivamente. Atividades de baixo impacto podem ser liberadas cedo; musculação pesada e corrida podem exigir 1 a 2 semanas após microcirurgia e menor intervalo no CLaCs, conforme orientação.
- Rotina de trabalho: no CLaCs, retorno imediato é comum. Na microcirurgia, muitos voltam em 3 a 7 dias, dependendo do tipo de trabalho.
Riscos, efeitos colaterais e contraindicações
Quando adiar ou optar por outra abordagem
Apesar de seguros, microcirurgia e CLaCs têm contraindicações relativas e absolutas. Gravidez, infecções cutâneas ativas e alergias a agentes esclerosantes exigem atenção. Doenças sistêmicas descompensadas, histórico recente de trombose ou uso de anticoagulantes sem possibilidade de ajuste podem indicar adiar o procedimento.
Se houver refluxo significativo em veias tronculares, prioriza-se o tratamento causal (ablação endovenosa ou outras técnicas). Só então se refina o aspecto estético com microcirurgia ou CLaCs. Essa sequência melhora a durabilidade e a satisfação global do tratamento varizes.
Como reduzir riscos e otimizar resultados
- Escolha um cirurgião vascular: formação e experiência importam. Procedimentos ambulatoriais também exigem protocolos seguros.
- Mapeamento adequado: ecodoppler quando indicado e uso de tecnologias de visualização de veias aumentam precisão.
- Compressão graduada: use conforme prescrito. Ajuda no edema, no conforto e no aspecto da pele.
- Higiene e fotoproteção: mantêm a pele íntegra e reduzem manchas pós-inflamatórias.
- Seguimento: compareça aos retornos. Pequenos ajustes (retoques com escleroterapia) podem elevar a qualidade final.
Como decidir junto ao cirurgião vascular
Quando as duas opções funcionam, a melhor escolha é aquela que equilibra ciência e preferência pessoal. Alinhe seus objetivos com o especialista, considerando tempo, conforto, orçamento e o desenho anatômico do seu caso. Uma boa decisão é aquela que você consegue executar do começo ao fim, com adesão ao plano e seguimento adequado.
Use este roteiro em consulta:
- Meu caso é mais estético (vasinhos) ou funcional (varizes com sintomas)?
- Há refluxo em veias maiores que precise ser tratado primeiro?
- Qual resultado espero ver em 1 semana, 1 mês e 3 meses?
- Quantas sessões são previstas no CLaCs? Há chance de retoque após a microcirurgia?
- Quais cuidados pós e qual o tempo de retorno às minhas atividades específicas (trabalho, esporte)?
- Quais são os riscos no meu perfil e como minimizá-los?
Perguntas frequentes sobre tratamento varizes
As dúvidas a seguir aparecem com frequência no consultório e ajudam a esclarecer pontos práticos antes de decidir.
- Microcirurgia dói? Durante o procedimento, não, graças à sedação e anestesia local. O desconforto costuma ser leve a moderado no pós e melhora em alguns dias.
- CLaCs deixa manchas? Pode ocorrer escurecimento temporário ao longo do vaso tratado, que tende a clarear com o tempo. Protetor solar e evitar calor aceleram a recuperação.
- Quantas sessões de CLaCs são necessárias? Em média de 2 a 6, dependendo da quantidade e calibre dos vasos. O intervalo habitual é de três semanas.
- Quando verei o resultado final? Na microcirurgia, a redução das veias retiradas é imediata, com refinamento nas semanas seguintes. No CLaCs, a melhora é progressiva a cada sessão, consolidando entre 4 e 12 semanas após a última.
- Posso tratar no verão? Pode, desde que redobre os cuidados com fotoproteção e siga à risca as orientações para evitar manchas.
- Tenho retorno ao trabalho no mesmo dia? Em CLaCs, geralmente sim. Na microcirurgia, a maioria retorna entre 3 e 7 dias, variando com o tipo de atividade.
Próximos passos: do diagnóstico ao plano personalizado
Trilhar um caminho previsível faz toda a diferença. Veja um passo a passo prático que você pode aplicar já:
- Agende avaliação com cirurgião vascular e leve histórico de sintomas, fotos recentes e sua disponibilidade de agenda.
- Realize ecodoppler, se indicado, para confirmar a origem do problema e definir prioridades do tratamento varizes.
- Defina metas realistas: quais áreas deseja tratar primeiro e qual prazo você tem para ver resultados.
- Escolha a técnica em conjunto: microcirurgia para veias mais calibrosas com desejo de resolução concentrada; CLaCs para vasinhos e rotina sem afastamentos.
- Planeje o pós: meias, fotoproteção, retornos e possíveis retoques. Reserve datas no calendário para não perder o ritmo.
- Execute e acompanhe: compareça aos retornos, sinalize dúvidas e mantenha hábitos que protejam as veias.
Por que a prevenção sustenta o resultado
Hábitos que protegem as veias
O resultado de qualquer técnica depende também do seu dia a dia. Pequenas mudanças preservam a saúde venosa e prolongam a estética conquistada.
- Movimente-se: caminhadas, panturrilha ativa e exercícios regulares favorecem o retorno venoso.
- Controle o peso e evite longos períodos em pé ou sentado sem pausa.
- Eleve as pernas ao final do dia por 10 a 15 minutos.
- Use meias de compressão em viagens longas ou em dias de maior sobrecarga.
- Hidrate-se e cuide da pele com fotoproteção diária.
Como reforço, uma revisão anual com seu vascular ajuda a identificar precocemente novos vasinhos ou veias nutridoras, permitindo ajustes rápidos no tratamento varizes quando necessário.
Microcirurgia x CLaCs: como escolher “o melhor para você”
Não existe técnica “campeã” universal; existe a abordagem certa para o seu mapa venoso, objetivos e rotina. Se você deseja resolver veias mais grossas com um procedimento único e aceita alguns dias de recuperação, a microcirurgia tende a ser uma excelente escolha. Se prefere sessões ambulatoriais, com retorno imediato às atividades e foco progressivo em vasinhos, o CLaCs é um forte candidato.
Em muitos casos, a combinação sequencial das técnicas entrega o melhor dos dois mundos: trata a causa e refina o acabamento. O segredo está no plano, não apenas no método. “O melhor tratamento é aquele que combina segurança, eficácia e aderência ao seu estilo de vida.”
Pronto para dar o próximo passo? Agende uma avaliação com um cirurgião vascular de confiança, leve suas prioridades e monte um plano personalizado de tratamento varizes. Com orientação correta e execução cuidadosa, você conquista pernas mais leves, bonitas e saudáveis — com resultados que fazem sentido para a sua vida.
O vídeo aborda as opções de tratamento para vasinhos e veias varicosas de grau 1 e 2. O Dr. Alexandre Amato apresenta duas técnicas: microcirurgia seguida de aplicação de escleroterapia e CLaCs (crio laser com crio escleroterapia). A microcirurgia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo realizado sob sedação e anestesia local, que envolve a retirada das veias através de pequenos furinhos. A escleroterapia é aplicada durante o procedimento para destruir as veias restantes. O CLaCs utiliza laser para lesar os vasos sanguíneos, causando sua esclerose e fechamento. É um procedimento realizado em várias sessões, com intervalos de três semanas, sem anestesia local (opcionalmente com sedação). Ambas as técnicas apresentam resultados satisfatórios, mas a escolha depende do estilo de vida e preferências do paciente. A microcirurgia exige cuidados pós-operatórios, enquanto o CLaCs permite uma recuperação mais rápida. O Dr. Amato recomenda que o paciente converse com seu cirurgião vascular para avaliar qual técnica é mais adequada para sua situação.
